sábado, agosto 20, 2005

A guerra à porta

No princípio do mês, Cindy Sheehan, mãe de um soldado morto no Iraque, decidiu protestar contra a guerra com a pergunta: “Por qual causa nobre morreu o meu filho?” Instalou-se à porta do Rancho de Bush, onde este se encontrava a gozar as suas contestadas férias, pedindo uma audiência (jamais concedida), e clamando por respostas às suas perguntas. O protesto foi num crescendo. Media, apoiantes, vigílias, outras mães com questões semelhantes juntaram-se a Cindy Sheehan.
Achincalhada por muitos, Cindy aguentou-se estoicamente, trazendo a realidade da guerra ao portão de Bush. Ontem, assim que soube que a sua própria mãe sofrera um ataque cardíaco, partiu.
Não se sabe se regressará, mas deixou um legado importante.
Em primeiro lugar, e com a guerra a decorrer, CS recolocou a questão fundamental. Para quê a Guerra no Iraque? Podem Bush & Cª continuarem a recusar-se a responder a este repto, como têm feito? Pode Bush ignorar o que tem à porta?
Cindy Sheehan é apenas um símbolo da oposição (crescente) à guerra no Iraque, mas os presidentes também são símbolos. E a mensagem que passou foi a de que, com o país em guerra, com o desespero no seu próprio relvado, continuará a passear-se calmamente de bicicleta.
Nem CS podia ficar acampada para sempre, nem Bush pode ficar de férias eternamente (se bem que…). Sobretudo, nem o povo iraquiano nem o povo americano podem continuar a serem ludibriados até 2017…ou mais…