quinta-feira, dezembro 08, 2005

Primeiras impressões

Esta primeira parte foi só Soares. Jerónimo, umas vezes para aí conduzido, outras vezes espontaneamente, falou de Soares todo o tempo. Soares falou dele próprio. Do seu passado, das suas ideias presentes e do seu projecto para a Presidência. Jerónimo, até para esclarecer o que distingue a sua candidatura da de Soares se manteve a falar apenas deste.
Em três momentos Soares arrumou Jerónimo ao canto. Primeiro quando assinalou que o PC o tinha apoiado em outras eleições, porque sabia que Soares seria um Presidente isento. A versão de encostar Soares ao governo não tem, assim, cabimento.
O segundo foi quando Jerónimo criticou o primeiro mandato de Soares, elogiando o segundo. Soares respondeu prontamente: “Mas é curioso. No primeiro apoiaram-me e no segundo não”.
O terceiro foi quando Jerónimo disse que a concertação social não é boa ou má. Soares replicou que, como é evidente, a concertação, por princípio, é boa. Quando não existe é que não é bom com certeza.
O debate Mário Soares- Jerónimo de Sousa foi, até agora, isso mesmo. Um debate. Ao contrário da estucha Cavaco-Alegre que, ainda por cima, supostamente, era direita-esquerda. No debate de hoje existem algumas convergências, como é natural. Mas existem divergências, que foram assinaladas, sem salamaleques mornos.