segunda-feira, fevereiro 06, 2006

Betty Friedan (1921-2006)

Ou deveria dizer Betty Goldstein?

E sobre o futuro do feminismo…a perspectiva pessimista:
“As mulheres fizeram marcha-atrás uma primeira vez. Fá-la-ão de novo dentro de uma década ou duas? Projectemo-nos em 2030 e tentemos ver no que se tornaram essas jovens que pensaram ser um esforço vão tentar conciliar a vida familiar e a vida profissional. Encontrá-las-emos, em idade madura, espartilhadas nos subúrbios, cheias de ansióliticos, nas garras de adolescentes rebeldes, abandonadas pelos maridos que desandaram com jovenzinhas, incapazes de se integrarem no mercado de trabalho onde nunca tentaram entrar?
Imaginamos facilmente uma cena surreal e familiar, em que as mulheres percebem que fizeram a escolha errada e caíram numa armadilha velha como o mundo. Privadas de poder, dinheiro, independência, serão simples robôs domésticos, procurando desesperadamente uma nova Betty Friedan.”
Maureen Dowd (Courrier Internacional, nº39)
Mais optimista:
“Desde que nasceram, foram bombardeadas por consumismo, conservadorismo e hiperindividualismo; e ouviram dizer em todos os tons que o feminismo é absolutamente antiquado e, verdadeiramente, não-sexy. Dowd papa com tanta credulidade a propaganda da frustração, que não lhe ocorre que está a favorecer o problema que descreve. A bem dizer, com todo o mal que se diz dele, fica espantada por o feminismo ainda existir”
Katha Pollitt (The Nation)

Seja lá como for…e como dizia o hit brasileiro dos anos oitenta (A estranha história de Roni Rústico e Betty Frígida)
Hey Roni, você viu o que aquele boçal escreveu no jornal?
-Oh! Eles não sabem de nós
E os urubus continuam passeando a tarde inteira entre os girassóis.